sexta-feira, 31 de maio de 2013

Morre uma Escrava, Nasce uma Preta Velha

Morre uma Escrava, Nasce uma Preta Velha

A história que vou passar é triste e vai te fazer chorar. Pai Sandro

A senzala exalava o calor de um local superlotado, o suor de mais um dia brutal de trabalho, e o medo de novas ordens ou atitudes desmedidas.

O breu já se formava lá fora em noite sem lua, que prometia chuva. Nenhuma luz entrava pelas frestas da taipa desgastada pelo tempo e não se viam os animais que penetravam, insetos noturnos. Havia sempre o risco de uma cobra por baixo do tapete improvisado que protegia do chão áspero, feito de folhas de bananeira e palha de folha de cana. Por isso, sempre havia aqueles encarregados de bater todo o espaço com varas de bambu, para espantá-las. Um ou outro pequeno candeeiro, pois sinhozinho não gostava de gastar óleo de baleia com negros.

A senzala quadrangular era dividida em quatro setores: os homens de um lado, mulheres de outro, as mulheres com filhos recém-nascidos num terceiro canto, filhos estes de pele mais clara, e alguns até de olhos verdes. Os pretos e as pretas não podiam coabitar nem ter filhos, exceto se o “procriador” se destacasse muito pela força e inteligência. Não havia querer, não havia gostar.

No quarto último canto, os velhos, escravos e escravas juntos, já que não se reproduziam mais, haviam conseguido sobreviver à lida, aos maus tratos e à tristeza de ver seu povo sofrendo tanto.Traziam ainda a mente lúcida, sabiam receitas para curar todo o tipo de moléstias, sabiam rezar contra os males do corpo, e aguardavam a madrugada para entoarem seus cantigos nostálgicos, espantarem o banzo, e ensinarem aos outros suas lendas, suas origens e tradições. Alguns incorporavam velhos espíritos das florestas, dos cursos d’água, do fundo da terra, e rendiam seu culto de Fé a Olorum, Orixalá, Oxumaré, Obaluaiê, Iroko, Nanã Buruku e a Abikú, este último, pelo grande número de crianças que morriam. Colocavam em um pequeno pote de barro, o que tinham conseguido trazer escondido do parco almoço, um pouco de fubá, inhame, umas favas de feijão e enfeitavam com flores, completando com Amor e Devoção a singela entrega.

Também rendiam respeito ao Exu Kimbandeiro, pois na senzala só haviam negros bantos. Os caçadores de escravos haviam se espalhado de tal maneira que depois deles não houve mais os Tatás africanos, destruindo na África toda uma cultura milenar. Ou quem sabe era mesmo o momento dela migrar através do oceano para este Brasil que ainda não percebia o tamanho do horror que abrigava em seu generoso chão.

Havia ali naquele pobre albergue desguarnecido, uma velha escrava pequena, de passos miúdos, mãos mágicas que consertavam ossos quebrados, feridas abertas, corações partidos… Não tinha tido tempo de completar sua iniciação de Sacerdotisa em sua Terra, o Congo, quando foi aprisionada e separada dos seus. A solidão, a tristeza, a saudade, a perda das esperanças de ver suas matas novamente, não lhe haviam dobrado a cerviz. Do mesmo modo que era meiga, era firme, e se dedicava ao mundo espiritual incansavelmente, de alguma maneira conseguindo amenizar um pouco o sofrimento daqueles que estavam ali.
Ensinava que seu Povo era de caçadores, mas também guerreiros, e que mesmo desarmados e vencidos, cada negro ali tinha de manter a cabeça em pé, o pensamento focado na superação das provas físicas e a necessidade da solidariedade para obterem um pouco de Paz no seu dia a dia.

Ela já não tinha força para trabalhar no plantio da cana ou na colheita do milho, mas Sinhazinha mais de uma vez havia lhe chamado para curar seus filhos. Assim, ela passava seus dias curando, cantando, sorrindo com seus olhos enevoados pela idade, enquanto tratava das feridas dos que eram castigados.

Mas naquela noite sem Lua, com a chuva já encharcando o chão, deixando o sono de todos ainda mais desconfortável, subitamente o capataz da fazenda invade o local, destrancando e abrindo a porta com violência gritanto: “Um negro desgraçado fugiu, Uma fuga, uma vida.”! E agarrou o adolescente Jerônimo, que embora jovem era muito alto e forte, além de mostrar grande personalidade. Jerônimo iria pagar pela fuga. Com força descomunal para seu tamanho, na hora do derradeiro golpe do facão, Maria Quimbandeira desviou a arma certeira, salvando o menino, mas ela própria caiu, transpassada pela lâmina, e em pouco tempo sucumbiu, sem um gemido.

Acordou junto a sua floresta africana, em meio a uma linda dança de encantados. O grande Babá-Egun a ela se dirigiu lhe dando o comando de duzentos guerreiros e disse:
“ Babá Maria, sua missão na Terra findou, mas se inicia aqui uma muito maior, junto aos homens, embora nenhum deles poderá vê-la. Irás ainda por muito tempo vagar o Planeta, com a finalidade de proteger os homens do mal, e junto com outros milhares que estão fazendo o mesmo trabalho, até o dia em que poderás sentar à beira deste riacho e descansar. Agora não, que é tempo de muitas modificações e auxílio aos homens encarnados. Eis que sai de cena a velha Maria e surge a Vovó Maria da Pemba, sempre protegendo, amparando, fortalecendo e abençoando seus protegidos”.
 
 
Pai João

Pai João

O ponto

Caminheiro quem passar naquela estrada
vê uma cruz abandonada como quem vai pro sertão
há muitos anos neste chão foi sepultado
um preto velho i herado por nome de pai João.

Pai João da fazenda dos coqueiros foi destemido carreiro querido do seu patrão e a boiada o gibão e o Brioso
nos morro mais perigoso arrastava o carretão.

certa vez pai João não esperava, que a morte lhe rondava, lá na curva do areião e numa queda embaixo do carro caiu
do mundo se despediu, preto veio pai João.

Caminheiro aquela cruz no caminho já contei tudo certinho a história de pai João, resta saudade daquele tempo que foi
o velho carro de boi no fundo do mangueirão.


A História

QUANDO EM VIDA FOI UM GRANDE REI DE UMA TRIBO, NA CIDADE DE CANARINHO/ ÁFRICA.
NO PERÍODO DA ESCRAVATURA, FOI APRISIONADO E ESCRAVIZADO PELOS PORTUGUESES, E LEVADO AO BRASIL ONDE DESEMBARCOU NA REGIÕES LITORANEAS DA BAHIA.
FICOU NA CONDIÇÃO DE ESCRAVO NA FAZENDA DOS COQUEIROS,  TENDO SOFRIDO INCONTÁVEIS HUMILHAÇÕES, CHICOTEADO E EXPLORADO COMO UM ANIMAL.
E COM ATITUDES NOBRES DE UM REI, ESTE NEGRO PEDIA A OXALÁ, PERDÃO DE DEUS PARA O SEU SENHORES, POR TAMANHA MALDADE E FALTA DE AMOR NO CORAÇÃO.
COM 94 ANOS, OCORREU-LHE UM ACIDENTE COM UM CARRO DE BOI, VINDO A PARTIR DESTA VIDA MATERIAL.
COM FÉ, AMOR E HUMILDADE ESTE NEGRO FOI SALVO POR ZAMBI MAIOR (DEUS)! CONSAGRANDO-LHE UM GRANDE GUARDIÃO DAS LEIS DIVINAS, FAZERIA PARTE DA 1º LINHA NA UMBANDA QUE É A DOS PRETOS VELHOS.
O GRANDE CRIADOR LHE DEU VÁRIAS MISSÕES E UMA DELAS ERA QUE:.
PAI JOÃO TERIA QUE RESGATAR TODOS OS SEUS FILHOS QUE ANTES ERAM DO SEU REINO NA ÁFRICA E TAMBÉM AQUELES QUE O ACOMPANHARAM EM SUA CAMINHADA NO BRASIL, QUANDO ESCRAVO.
PAI JOÃO ACEITOU COM HUMILDADE, E DESDE ENTÃO VEM ACOLHENDO SEUS FILHOS QUE ESTÃO ESPALHADOS POR ESTE MUNDO, REENCARNADOS E A PROCURA DO SEU REI CAURÊ (VERDADEIRO NOME DE PAI JOÃO).
 
MUITO OBRIGADO MEU VELHO! POR SEMPRE NOS ENSINAR A TER DEUS NO CORAÇÃO, AJUDAR AO PRÓXIMO, PRATICAR A VERDADEIRA CARIDADE, SEM VER A QUEM. ESTAMOS AQUI PARA SERMOS RESGATADOS E SEGUIR SEUs CONSELHOS, QUE NOS LEVAM CADA VEZ MAIS PERTO DE NOSSO PAI MISERICORDIOSO.



História Terrena de Um Preto Velho


Noite na senzala. Os escravos amontoam-se pelo chão arranjando-se como podem. Engrácia entra correndo e vai direto até onde Amundê está e o sacode: - A sinhazinha está chamando, é urgente! - O escravo é conhecido pelas mezinhas e rezas que aplica a todos seus irmãos e o motivo do chamado é justamente esse. O filho de Sinhá Tereza está muito doente.

É apenas uma criança de cinco anos e arde em febre há dois dias sem que os médicos chamados na corte consigam faze-la baixar. Sem ter mais a quem recorrer, no desespero próprio das mães, resolveu seguir o conselho de sua escrava de dentro e chamar o africano.
 
Aproveitando a ida de seu marido à cidade, ele jamais concordaria, manda que venha. Sabendo do que se tratava o homem foi preparado. Levou algumas ervas e um grande vidro com uma garrafada feita por ele e cujos ingredientes não revelava nem sob tortura.
 
Em poucos minutos adentram o quarto do menino e Amundê percebe que precisa agir com presteza. Manda que Engrácia busque água quente para jogar sobe as ervas que trouxe enquanto serve uma boa colherada do remédio ao garoto. Dentro de uma bacia coloca a água pedida e vai colocando as folhagens uma a uma enquanto reza em seu dialeto.
 
Ordena que desnudem a criança e carinhosamente a coloca dentro da bacia passando-lhe as ervas no pequeno corpo. Nesse instante a porta se abre e surge o Sinhô Aurélio acompanhado do padre da cidade. Tereza grita e corre até o marido desculpando-se. O padre dirige-se a ela com ferocidade: - Como entrega seu filho a um feiticeiro? - dirigindo-se ao marido - Diga adeus ao menino, após passar por essa sessão de bruxaria ele morrerá sem dúvida! Tereza corre até o filho e o cobre com um cobertor enquanto o marido ordena que o escravo seja levado imediatamente ao tronco onde o capataz aplicará o castigo merecido. - Engrácia, acorde todos os negros para que vejam o fim que darei ao assassino de meu filho! Todos reunidos no grande terreiro ouvem a ordem dada ao capataz: - Chibata até a morte!
 
E vocês - aponta todos os escravos - saibam que darei o mesmo fim a todos que ousarem chegar perto de minha família novamente. As chibatadas são dadas sem piedade, Amundê deixa escapar urros de dor entremeados com rezas o que somente aguça a maldade do capataz.

Lágrimas copiosas correm pelas faces de muitos escravos. Após duas horas de intensa agonia o negro entrega sua alma e seu corpo retesa-se no arroubo final, finalmente descansará. O silêncio do momento é cortado por um grito vindo da principal janela da casa grande: - Aurélio, pelo amor de Deus - é Tereza com o filho nos braços - o menino está curado, a febre cedeu e ele está brincando! Assim morreu Amundê conhecido em nossos terreiros como o velho Pai Francisco de Luanda. Sua benção, meu pai! Permita que jamais voltemos a ver algo tão perverso em nossa história.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

INTOLERANCIA RELIGIOSA - LEVANTE ESTA BANDEIRA, DIGA NÃO!







INTOLERANCIA RELIGIOSA - LEVANTE ESTA BANDEIRA, DIGA NÃO!
          Muito se fala sobre a intolerância religiosa, na maioria praticada por seguidores de determinadas religiões cujos seguidores se acreditam os únicos ungidos e amparados por Deus, mas pouco se tem falado na intolerância praticada pelo poder publico, que se mostra solicito com as manifestações dos seguidores das religiões cristãs (católicos e evangélicos), franqueando-lhes espaço publico em estádios praças e avenidas, proporcionando-lhes os mais variados serviços públicos (desde proteção policial até médico, segurança e fiscalização) para que possam realizar seus eventos com toda tranquilidade e segurança, não lhes cobrando nada por maiores que sejam os gastos que realizam.

           Mas, quando é a vez da Umbanda promover seus eventos religiosos em homenagem a Iemanjá, tudo muda e as tendas, além de serem obrigadas a pagarem taxas de uso do solo, em terreno da Marinha do Brasil, têm que pagar para entrarem com ônibus até a beira do mar, sendo tratados como indesejáveis pelos respectivos prefeitos das cidades litorâneas.
           Dois pesos e duas medidas, esta é a verdade!
          Nossa homenagem, aqui em São Paulo, já é tradicional e vem sendo realizada há varias décadas e, se no passado o poder publico era receptivo devido o grande afluxo de pessoas às suas cidades nos dias em que eram realizados os eventos, quando o comercio local era beneficiado, hoje a realidade é outra e somos vistos e tratados como uma praga, como um estorvo pelo poder publico das cidades litorâneas, com muitos nos acusando de “sujarmos as suas praias”, a maioria delas reprovadas para banho pela CETESB, que as consideram impróprias e até publica a relação das que devem ser evitada devido o perigo para os banhistas.
           Nós só vamos em dezembro para as festas em homenagem a Iemanjá e, se deixamos os restos das oferendas na areia, é porque não tem outro jeito de se fazer as oferendas.
           Não dá para inventar ou substituir esta pratica milenar de se oferendar na natureza as forças e os poderes dos Orixás.
          Mas, e a sujeira e as depredações que acontecem nos grandes eventos das outras religiões, e que ninguém sequer comenta, porque é tabu falar sobre a sujeira deles?
Nós somos criticados e tratados como estorvos e cidadãos de 2ª categoria, tanto pelo poder publico quanto pelos moradores das cidades litorâneas, e os restos de oferendas são descritos como poluidores de suas “maravilhosas” praias, que, na verdade, estão muito poluídas e oferecem risco para a saúde dos turistas banhistas, ou que só caminham pelas praias, oferecendo-lhes desde micoses até doenças infecciosas graves, mas isto eles ocultam, porque querem o nosso dinheiro quando vamos às suas cidades só como turistas, não é mesmo?
Hipocrisia! A intolerância se mostra de muitas formas e esta é só mais uma delas.
As outras religiões até recebem incentivos dos poderes públicos (devido os políticos eleitos por seus seguidores), e seus eventos são vistos e tratados com
respeito e reverencia.
Já os nossos, são vistos como perturbação dos seus habitantes e como poluidores de suas praias, como se fosse possível poluí-las ainda mais do que já estão.
Para os seguidores das outras religiões, tudo!
Para os seguidores da Umbanda, taxas e mais taxas, nenhum amparo do poder publico local, e criticas e mais criticas ofensivas, não é mesmo?
           Eu já estou cheio dessa hipocrisia, inclusive a de umbandistas querendo dar uma de salvadores do mundo e querendo que façamos oferendas “virtuais” às forças da natureza, ou seja, que coloquemos a fotografias de uma oferenda, mas que seja impressa em papel biodegradável, certo?
           Olorum, meu Pai, dai-me paciência!
           Pai Rubens
Saraceni.

Babalorixá acusa evangélicos de tentarem invadir terreiro

Érico Lustosa
Érico Lustosa filmou a intolerância religiosa
O babalorixá Érico Lustosa (foto) está acusando um grupo de evangélicos de tentar invadir no domingo (15) à noite um terreiro de matriz africana e afro-brasileira no Varadouro, em Olinda, na Grande Recife (PE).

Ele aparece protestando contra a intolerância em um vídeo gravado no momento em que os evangélicos se aglomeravam diante do terreiro Pai Jairo de Iemanjá Sabá.

“Eles [os evangélicos] gritavam ‘sai daí, Satanás’, e forçaram o portão”, disse Lustosa. “Foi aí que me coloquei em frente ao portão e meu filho começou a gravar.”  “Um deles gritou para a gente tomar cuidado porque que ele era evangélico mas era também um ex-matador.”

A polícia está investigando, mas ainda não foram apontados os responsáveis pela intolerância. Os evangélicos seriam da Igreja Universal do Reino de Deus.

O Jornal do Commercio, com sede em Recife, informou que na semana passada evangélicos invadiram terreiros em Brejo da Madre de Deus, cidade do agreste pernambucano. O motivo seria o assassinato naquela cidade de um menino de 8 anos durante um ritual celebrado por um pai de santo.  O JC ouviu pesquisadores segundo os quais as religiões de matriz africana não realizam sacrifício de humano.



O vídeo de Lustosa tem causado indignação nas redes sociais, e representantes de religiões de matriz africana exigem das autoridades punição aos intolerantes. Eles temem que haja acirramento da intolerância evangélica.

Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2012/07/evangelicos-sao-acusados-de-intolerancia-religiosa.html#ixzz2U9F4ZTfH
Paulopes informa que reprodução deste texto só poderá ser feita com o CRÉDITO e LINK da origem. 


Intolerância Religiosa - Justiça e a polícia não estão preparadas para lidar com crimes


Seguidores da umbanda e do candomblé são vítimas de preconceito, sobretudo dos evangélicos, e a Justiça e a polícia não estão preparadas para lidar com o crime

candomble e umbanda 5Terreiro em São Gonçalo (RJ): um dos 847 mapeados somente na região metropolitana da capital
Uma característica atribuída ao povo brasileiro é a tolerância religiosa. O caldeirão de culturas que formou o País teria propiciado a convivência harmônica entre os diferentes credos, ao contrário de outras nações onde violentas disputas derramam sangue inocente. Na prática, porém, a realidade é outra. Seguidores das religiões afro-brasileiras sempre conviveram com a desconfiança alheia. Nos últimos tempos, há indícios de que a situação se agravou. Somente no Rio de Janeiro, são contabilizados, por ano, quase 100 casos de agressões morais ou físicas envolvendo intolerância religiosa em relação aos praticantes de umbanda e candomblé. "Em sua maioria esmagadora, os ofensores são membros das igrejas neopentecostais", afirmou à ISTOÉ Henrique Pêssoa, delegado da 4a DP, no centro da cidade, que há três anos recebeu uma designação especial e pioneira no Brasil para cuidar de casos que envolvem crimes de viés religioso.
"Cada neopentecostal tem a missão de ganhar adeptos, é uma obrigação religiosa, daí o proselitismo. A missão é clara: divulgar e converter", explica a antropóloga da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Sonia Giacomini, que pesquisa o tema há 20 anos. Ela diz que o intuito de arrebanhar mais e mais fiéis é bastante organizado. "Existe uma certa logística. Por exemplo, uma igreja é instalada onde havia um cinema pornô, pois ali seria uma área especial para fazer uma conversão, cheia de pessoas vulneráveis", apontou.
PRECONCEITO
candomble e umbanda 4Chamada de "macumbeira safada", Elisângela Queiroz não conseguiu registrar a ocorrência numa delegacia
O problema é que a busca por fiéis transforma-se, às vezes, em perseguição. Na Ilha do Governador, na zona norte, há denúncias na 4ª DP de representantes de religiões afrobrasileiras contando que terreiros (os locais onde são realizadas as cerimônias de umbanda e candomblé) estavam sendo destruídos e seus líderes escorraçados da Ilha por traficantes evangélicos neopentecostais. "Ali, criamos a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) porque era extremamente necessário", diz Ivanir dos Santos, membro da comissão. Este e outros 39 casos em todo o País foram denunciados em um relatório produzido pelo grupo que reúne 12 religiões e entregue ao presidente do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, Martin I. Uhomoibai.
Entre as denúncias, está a da Associação da Resistência Cultural Afro-Brasileira Jacutá de Iansã, que não conseguiu abrir conta-corrente na agência Abílio Machado da Caixa Econômica Federal, em Belo Horizonte (MG). Os diretores contam que esperaram quatro meses para receber a seguinte resposta: o banco é livre para abrir conta de quem quiser, e não queria a associação como correntista. Em São Paulo, a Associação Beneficente de Oyá e Ogun acusa a prefeitura de discriminação por ter lacrado sua sede no bairro de Santa Mariana, sob a alegação de desrespeitar o zoneamento. Segundo eles, o desrespeito se deve unicamente ao fato de eles estarem no local. Até na considerada sincrética Salvador (BA), a prefeitura foi denunciada por ter destruído parcialmente o terreiro Oyá Onipo Neto no bairro de Imbuí. No processo, diz que o terreiro era vizinho à propriedade de um funcionário da prefeitura que não gostava da proximidade com o templo. Os três casos ocorreram em 2008 e ainda estão sendo investigados.
No Rio, um dos terreiros mais antigos do País, de 1908, foi derrubado recentemente. Funcionava no município de São Gonçalo, não muito longe da capital, em uma pequenina casa, que foi posta abaixo para a construção de um galpão. A iniciativa da demolição foi do dono do imóvel, o militar Wanderley da Silva, 65 anos, que desconhecia a importância do endereço. O problema, segundo lideranças religiosas regionais, não foi o ato dele e, sim, o da prefeita de São Gonçalo, Maria Aparecida Panisset (PDT), que teria ignorado os pedidos de umbandistas para salvar o local tombando-o. A prefeitura expediu uma nota dizendo que nada poderia fazer porque a casa era particular. Mas outro caso envolvendo a prefeita Maria Aparecida, que é frequentadora da Primeira Igreja Batista Renovada, provoca dúvidas entre os religiosos.
NA MIRA
candomble e umbanda 3Cristiano Ramos, diante do Centro Espírita Caboclo Pena de Ouro, no Rio de Janeiro, que pode ser desapropriado
Maria Aparecida estaria forçando a desapropriação de um local onde funciona outro histórico terreiro, o Centro Espírita Caboclo Pena de Ouro. O presidente da Casa, Cristiano Ramos, diz que a explicação oficial é a construção de um Complexo Poliesportivo no local – embora haja um centro esportivo com características semelhantes na região. O caso virou, em abril, uma disputa judicial. "Tentei negociar várias vezes, mas ninguém quis me ouvir", diz Ramos, que alega não ter recebido informações sobre indenização até agora. Procurada por ISTOÉ, a prefeitura não deu retorno.
Muitas iniciativas para combater a perseguição ainda dependem de apoio governamental. Por exemplo, o tombamento de templos – que são pedidos e não são atendidos pelas prefeituras –, a morosidade na apuração de denúncias de perseguição e a falta de providências contra policiais que se recusam a investigar casos de intolerância. Para o delegado Henrique Pêssoa, saber a abrangência exata desse tipo de crime, que tem pena de um a três anos de reclusão e multa, é quase impossível. Os registros raramente são feitos de maneira correta e, além disso, a lei não costuma ser cumprida. A bancária Elisângela Queiroz descobriu isso na prática. Chamada de "macumbeira safada" por um colega de trabalho, ela procurou uma delegacia, mas recusaram o registro da ocorrência. "Chegaram a me dizer que era apenas uma briguinha", contou ela.
Pesquisa recente da Fundação Getulio Vargas aponta que 0,35% da população declarou ser praticante de religiões afro-brasileiras. O teólogo Jayro de Jesus acredita que é muito mais e até estima um crescimento de quase 70% no número de terreiros nos últimos 30 anos. "Acho que as pessoas estão sendo segregadas e, por isso, não tiveram a altivez de se autodeclarar nos censos", afirma. Ele faz parte do grupo que está discutindo o mapeamento dos terreiros existentes no Brasil, com apoio da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. A expectativa é de que os trabalhos comecem no início do próximo ano e durem até 2013. Em um levantamento feito em 2011, foram localizados até agora, somente na região metropolitana do Rio, 847 terreiros. Com os dados obtidos, o próximo passo será a implementação de um Plano Nacional de Proteção Religiosa. Para impedir a propagação de conflitos movidos pela religião, é preciso agir rápido.
candomble e umbanda 1candomble e umbanda 2


 


16/04/2013 - Cidadania

Intolerância religiosa é crime de ódio e fere a dignidade

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O direito de criticar dogmas e encaminhamentos é assegurado como liberdade de expressão, mas atitudes agressivas, ofensas e tratamento diferenciado a alguém em função de crença ou de não ter religião são crimes inafiançáveis e imprescritíveis
Juliana Steck
Celebração no Rio de Janeiro pede respeito à liberdade religiosa, em 21 de janeiro, com presença de adeptos de diversas tradições de fé
A intolerância religiosa é um conjunto de ideologias e atitudes ofensivas a crenças e práticas religiosas ou a quem não segue uma religião. É um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana. O agressor costuma usar palavras agressivas ao se referir ao grupo religioso atacado e aos elementos, deuses e hábitos da religião. Há casos em que o agressor desmoraliza símbolos religiosos, destruindo imagens, roupas e objetos ritualísticos. Em situações extremas, a intolerância religiosa pode incluir violência física e se tornar uma perseguição.
Crítica não é o mesmo que intolerância. O direito de criticar encaminhamentos e dogmas de uma religião, desde que isso seja feito sem desrespeito ou ódio, é assegurado pelas liberdades de opinião e expressão. Mas, no acesso ao trabalho, à escola, à moradia, a órgãos públicos ou privados, não se admite tratamento diferente em função da crença ou religião. Isso também se aplica a transporte público, estabelecimentos comerciais e lugares públicos, como bancos, hospitais e restaurantes.
Presidente da CDH, Ana Rita faz duras críticas ao deputado Marco Feliciano
Ainda assim, o problema é frequente no país. Algumas denúncias se referem à destruição de imagens de orixás do candomblé ou de santos católicos. Ficou famoso no Brasil o pastor da Igreja Universal do Reino de Deus Sérgio Von Helder, que, em 1995, chutou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida em rede nacional de TV. Há também casos de testemunhas de Jeová que são processadas por não aceitarem que parentes recebam doações de sangue, de adventistas do Sétimo Dia a quem não são dadas alternativas quando não trabalham ou não fazem prova escolar no sábado, e de medidas judiciais que impedem sacrifício de animais em ritos religiosos, entre outros.
Em janeiro, a TV Bandeirantes foi condenada pela Justiça Federal de São Paulo por desrespeito à liberdade de crenças porque, em julho de 2010, exibiu comentários do apresentador José Luiz Datena relacionando um crime bárbaro à “ausência de Deus”. “Um sujeito que é ateu não tem limites. É por isso que a gente vê esses crimes aí”, afirmou o apresentador. A emissora foi condenada a exibir em rede nacional, no mesmo programa, esclarecimentos sobre diversidade religiosa e liberdade de crença.
Recentemente têm provocado reações algumas ­declarações do presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, Marco Feliciano (PSC-SP). Pastor evangélico, ele escreveu no Twitter que africanos são descendentes de um “ancestral amaldiçoado por Noé” e que sobre a África repousam maldições como paganismo, misérias, doenças e fome. A presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado, senadora Ana Rita (PT-ES), se manifestou a respeito.
— São declarações e atitudes que instigam o preconceito, o racismo, a homofobia e a intolerância. Todas absolutamente incompatíveis e inadequadas para a finalidade do Legislativo — disse.
Denúncias cresceram mais de 600% em um ano; crenças de matriz africana são as que mais sofrem ataques
A quantidade de denúncias de intolerância religiosa recebidas pelo Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República cresceu mais de sete vezes em 2012 em relação a 2011, um aumento de 626%. A própria secretaria destaca, no entanto, que o salto de 15 para 109 casos registrados no período não representa a real dimensão do problema, porque o serviço telefônico gratuito da secretaria não possui um módulo específico para receber esse tipo de queixa. Ou seja, muitos casos não chegam ao conhecimento do poder público. A maior parte das denúncias é apresentada às polícias ou órgãos estaduais de proteção dos direitos humanos e não há nenhuma instituição responsável por contabilizar os dados nacionais.
A Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir) também não possui dados específicos sobre violações ao direito de livre crença religiosa. No entanto, o ouvidor do órgão, Carlos Alberto Silva Junior, diz que o número de denúncias de atos violentos contra povos tradicionais (comunidades ciganas, quilombolas, indígenas e os professantes das religiões e cultos de matriz africana) relatadas à Seppir também cresceu entre 2011 e 2012.
Caminhada no Dia Contra Intolerância Religiosa, em Fortaleza. Data foi criada em 2007, após morte de líder do candomblé difamada por jornal evangélico
Muitas agressões são cometidas pela internet. Segundo a associação ­SaferNet, em 2012, a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos ­recebeu 494 ­denúncias de intolerância religiosa praticadas em perfis do Facebook. O mundo virtual reflete a situação do mundo real. De 2006 a 2012, foram 247.554 denúncias ­anônimas de páginas e perfis em redes sociais que continham teor de intolerância religiosa.
Ministra da Seppir, Luiza Bairros ressalta a gravidade das agressões
A tendência é de queda: de 2.430 páginas em 2006 para 1.453 em 2012. Mas a tendência não significa que o número de casos reportados de intolerância religiosa tenha diminuído. “Uma das razões é a classificação feita pelo usuário. Mesmo páginas reportadas por possuir conteúdo racista, antissemita ou homofóbico têm, também, conteúdo referente à intolerância religiosa”, explica Thiago Tavares, coordenador da central.
Os dados foram ­divulgados pela Agência Brasil este ano no Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, 21 de janeiro. A data foi instituída em 2007 pela Lei 11.635, em homenagem a Gildásia dos Santos e Santos, a Mãe Gilda, do terreiro Axé ­Abassá de Ogum, de Salvador. A religiosa do candomblé sofreu um enfarte após ver sua foto no jornal ­evangélico Folha Universal, com a manchete “Macumbeiros charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes”. A Igreja Universal do Reino de Deus foi condenada a indenizar os herdeiros da sacerdotisa.
A ministra da Seppir, Luiza Bairros, disse, nas comemorações de 21 de janeiro, que os ataques a religiões de matriz africana chegaram a um nível insuportável. “O pior não é apenas o grande número, mas a gravidade dos casos. São agressões físicas, ameaças de depredação de casas e comunidades. Não se trata apenas de uma ­disputa religiosa, mas também de uma disputa por valores civilizatórios”, disse.
Na ocasião, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República lançou um comitê de combate à intolerância religiosa. A ­iniciativa pretende promover o direito ao livre exercício das práticas religiosas e auxiliar na elaboração de políticas de afirmação da liberdade religiosa, do respeito à diversidade de culto e da opção de não ter religião.
O comitê terá 20 integrantes, sendo 15 deles representantes da sociedade civil com atuação na promoção da diversidade religiosa. Ainda sem data definida para começar efetivamente a funcionar, o comitê depende de um edital que selecionará os integrantes.
Perseguição policial até os anos 1960
O Brasil é um país laico. Isso significa que não há uma religião oficial e que o Estado deve manter-se imparcial no tocante às religiões. Porém, sendo um país de maioria cristã, práticas religiosas africanas foram duramente perseguidas pelas delegacias de costumes até a década de 1960.
Como agir
No caso de discriminação religiosa, a vítima deve
ligar para a Central de Denúncias (Disque 100) da
Secretaria de Direitos Humanos.
Também deve procurar uma delegacia de polícia
e registrar a ocorrência. O delegado tem o dever de
instaurar inquérito, colher provas e enviar o relatório
para o Judiciário. A partir daí terá início o processo penal.
Em caso de agressão física, a vítima não deve
limpar ferimentos nem trocar de roupas — já que
esses fatores constituem provas da agressão —
e precisa exigir a realização de exame de corpo de delito.
Se a ofensa ocorrer em templos, terreiros, na
casa da vítima
, o local deve ser deixado da maneira
como ficou para facilitar e legitimar a investigação das
autoridades competentes.
Todos os tipos de delegacia têm o dever de averiguar
casos dessa natureza, mas em alguns estados há
também delegacias especializadas. Em São Paulo,
por exemplo, existe a Delegacia de Crimes Raciais e
Delitos de Intolerância (veja o Saiba Mais).
No período colonial, as leis puniam com penas corporais as pessoas que discordassem da religião imposta pelos escravizadores. Decreto de 1832 obrigava os escravos a se converterem à religião oficial. Um indivíduo acusado de feitiçaria era castigado com pena de morte. Com a proclamação da República, foi abolida a regra da religião oficial, mas o primeiro Código Penal republicano tratava como crimes o espiritismo e o curandeirismo.
A lei penal atual, aprovada em 1940, manteve os crimes de charlatanismo e curandeirismo.
Até 1976, havia uma lei na Bahia que obrigava os templos das religiões de origem africana a se cadastrarem na delegacia de polícia mais próxima. Na Paraíba, uma lei aprovada em 1966 obrigava sacerdotes e sacerdotisas dessas religiões a se submeterem a exame de sanidade mental, por meio de laudo psiquiátrico.
Muitas mudanças ocorreram até 1988, quando a Constituição federal passou a garantir o tratamento igualitário a todos os seres humanos, quaisquer que sejam suas crenças.
O texto constitucional estabelece que a liberdade de crença é inviolável, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos. Determina ainda que os locais de culto e as liturgias sejam protegidos por lei.
Já a Lei 9.459, de 1997, considera crime a prática de discriminação ou preconceito contra religiões. Ninguém pode ser discriminado em razão de credo religioso. O crime de discriminação religiosa é inafiançável (o acusado não pode pagar fiança para responder em liberdade) e imprescritível (o acusado pode ser punido a qualquer tempo).
A pena prevista é a prisão por um a três anos e multa.
Restrições religiosas atingem 75% da população mundial
Uma pesquisa mundial feita em 2009 e 2010 indicou o aumento da intolerância religiosa. Segundo o Instituto Pew Research Center, com sede nos Estados Unidos, 5,2 bilhões de pessoas (75% da população mundial ) vivem em locais com restrições a crenças.
No período, passou de 31% para 37% a proporção de países com nível elevado ou muito alto de restrições. Entre os países com as maiores restrições governamentais (leis, políticas e ações para limitar práticas religiosas), estavam Egito, Indonésia, Arábia Saudita, Afeganistão, China, Rússia e outros que somaram 6,6 pontos ou mais em um índice de máximo 10. O Brasil aparece, junto com Austrália, Japão e Argentina, em nível baixo, entre os países com 0 a 2,3 pontos.
Mesmo nos países com nível moderado ou baixo de restrições, houve aumento da intolerância. Nos Estados Unidos, por exemplo, houve uma proposta — ­rejeitada pela Justiça — de declarar ilegal a lei islâmica. Na Suíça, foi proibida a construção de novos minaretes (torres em mesquitas). O aumento dessas restrições foi atribuído a fatores como crescimento de crimes e violência motivada por ódio religioso.
Projetos modificam Código Penal e regulamentam a Constituição
Entre as propostas em tramitação no Congresso para combater a intolerância religiosa, está o PLC 160/2009, que dispõe sobre as garantias e os direitos fundamentais ao livre exercício da crença, à proteção aos locais de cultos religiosos e liturgias, e à liberdade de ensino religioso, buscando regulamentar a Constituição. O projeto, do deputado George Hilton (PRB-MG), está na Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS). O relator, Eduardo Suplicy (PT-SP, foto), propôs audiência, ainda não agendada, para debater o texto.
O assunto vem sendo discutido também no âmbito da proposta de reforma do Código Penal, tema de comissão especial do Senado. Um grupo de juristas preparou o anteprojeto, posteriormente apresentado como projeto (PLS 236/2012) por José Sarney (PMDB-AP). A intolerância religiosa está relacionada a assuntos do código, como os crimes contra os direitos humanos e os que podem ser praticados pela internet.
Saiba mais
Lei 9.459/1997, que considera crime a prática de discriminação ou preconceito contra religiões
http://bit.ly/lei9459

Cartilha da Campanha em Defesa da Liberdade de Crença e contra a Intolerância Religiosa
http://bit.ly/cartilhaCEERT

Mapa da intolerância religiosa e violação ao direito de culto no Brasil
http://bit.ly/mapaIntolerancia

Novo Mapa das Religiões
http://bit.ly/mapaReligioes

Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) de São Paulo
Rua Brigadeiro Tobias, 527, 3º andar, bairro Luz, São Paulo, SP
Tel: (11) 3311-3556/3315-0151 ramal 248

Centro de Promoção da Liberdade Religiosa e Direitos Humanos no Rio de Janeiro
Tel: (21) 2334-9550

terça-feira, 14 de maio de 2013

LEI DA ATRAÇÃO.

 
LEI DA ATRAÇÃO.

 








  Tudo que vem até você é atraído por você mesmo. É atraído até você pelas imagens que você mantém em sua mente. É o que você está pensando. Tudo o que se passa na sua mente é atraído até você. Alguns povos sempre souberam disso.
Porque você acha que 1% da população mundial ganha cerca de 96% do dinheiro que é gerado em todo o planeta?
Você acha que isso é um acidente? Isso não é um acidente! É planejado dessa forma. Eles sabem de algo, entendem algo. Eles entendem O SEGREDO. E nesse exato momento, você está sendo apresentado ao SEGREDO. O modo mais simples, ao meu ver, de se encarar a LEI DA ATRAÇÃO é imaginar a si mesmo como um imã. Um imã atrai outro imã. Basicamente a LEI DA ATRAÇÃO diz que semelhantes se atraem, tendo em vista que essa é uma lei que trabalha no nível do pensamento.
E esse princípio pode ser resumido em quatro palavras simples:

PENSAMENTOS SE TORNAM COISAS.
 
(Trechos Transcritos do filme O Segredo)
 
"O pensamento é a única força que pode produzir riquezas tangíveis, originárias de substância amorfa. A matéria de que todas as coisas são feitas é uma substância que pensa, e pensando nas formas, esta substância as produz".
Trecho de A Ciência Para Ficar Rico de Wallace - o escritor que inspirou o documentário de Rhonda.

A Energia do Dinheiro

Com certeza você já escutou que DINHEIRO atrai DINHEIRO. 
É VERDADE __ você deve estar pensando.

1- Como você se sente quando paga suas contas de luz, telefone, empregados, fornecedores ou comida?
Paga a contragosto a conta, xingando a empresa e ainda fica reclamando do preço?
Fica adiando, postergando e parcelando  o máximo que pode para pagar o que compra?

2- O que responde quando alguém pergunta como vão seus negócios ou emprego?
Sempre fica chorando miséria, dizendo que os a vida está dura, que os clientes não pagam as contas, que o saldo bancário está no vermelho?
Reclama do seu empregador que não lhe dá o salário que gostaria, enquanto ele desfila de carro novo e viaja para o exterior?

3- Quando recebe as contas para pagar fica imaginando que a cada mês que passa recebe menos e tem mais contas para pagar?

4- Vai a um restaurante maravilhoso, mas na hora de pagar a conta chega quase a vomitar o que comeu e reclama do ABSURDO do preço cobrado?
Cuidado, você pode estar criando a  emoção que bloqueia o fluxo do dinheiro.  TODAS estas atitudes são pobres, e com certeza vão fazer você passar por estas situações de luta e sacrifício até mudar de atitude.
A LEI DA ATRAÇÃO diz que você sintoniza com aquilo que acredita, trazendo abundância ou dificuldades para sua vida. Se você pagar o mais rápido que puder suas contas, recebe de volta uma energia de agradecimento que vai mudar sua vida.

Sempre que pagar uma conta com amor e desejando que a pessoa que vendeu tenha mais, você sintoniza e pega carona nesta onda.
Entregue o dinheiro com a mão aberta, agradecendo porque virá muito mais. Nunca faça pagamentos segurando as pontas das notas como se ficasse num jogo de "ai como dói ficar sem estas notas"!
 
USE SUA MENTE, mude sua forma de pensar. O Universo vai responder na mesma freqüência.  Ou seja, dinheiro que sai com agradecimento também vem mais fácil.
 
Abandone os conceitos e padrões de crenças que limitam a prosperidade:

- O dinheiro honesto é ganho com suor do rosto.
- Quem nasce pobre morre pobre.
- O rico fica mais rico, o pobre fica mais pobre.
- Deus ama os pobres.
- Dinheiro não traz felicidade.
- Dinheiro que vem fácil vai fácil.
- Só os pobres alcançam os reinos dos céus.
- Não tenho sorte.
- A vida dura molda homens fortes.
- Não posso cobrar por algo que recebi de graça.
- Quem guarda sempre tem.
- Dinheiro não cai do céu.
- Ganho meu dinheiro com sacrifício.
- Nada é fácil para mim.
Algumas atitudes que podem mudar sua vida e fazer com que o dinheiro seja algo que circula livremente.

Agradecer:
- Agradecer antes mesmo de ter recebido aquilo que pede.
- Pagar as contas em dia, e até mesmo antes do vencimento. E fazer isto com alegria verdadeira.
- Quando entregar dinheiro ou cheque dizer a palavra "CHOKUREI" e pensar ou dizer "que este valor seja bom para você e que  tenhamos cada vez mais".  Tenha muito cuidado com pensamentos mesquinhos, ou com a mania de desvalorizar o serviço ou produto dos outros, querendo sempre pagar menos ou esticar os prazos.
Se ganhar algo inesperado e maravilhoso, jamais diga eu não mereço, não acredito. Agradeça, agradeça e agradeça e diga _ Mereço tudo que é Bom!
- Acredite, você pode atrair tudo que imaginar para sua vida, desde que saiba colocar a lei da atração a trabalhar a seu favor. O amor, trabalho ideal, casa que deseja viver. Conheço muita gente que tem coragem de olhar para as coisas ou criá-las em sua mente e depois estes desejos são realizados ao natural e se multiplicam todos os dias.
O fato mais interessante é que à medida que estas pessoas obtém aquilo que pedem, mais e mais situações idênticas acontecem. Como se tivessem uma varinha mágica ou um gênio que tudo concede.
Além de um desejo e a visualização é preciso sentir-se dentro da situação desejada. O que conta mais é sua EMOÇÃO!
Algumas pessoas dizem que "pediram" algo e não realizou-se, então não acreditam na Lei da Atração. 
Em verdade não precisa acreditar ou não, ela já estava funcionando antes de você ter lido sobre o assunto, mas ela só "funciona" se você estiver inteiro em sintonia com ela. Só pensar não basta!
SENTIR na pele e no coração é a chave.
Entretanto, tenha cuidado como você emite os sinais ao Universo, pois se você fica repetindo que NÃO quer mais estar afundado em dívidas e passa noites e dias pensando que NÃO vai ter dinheiro no final do mês, que NUNCA encontra a pessoa certa, que SEMPRE tem um chefe que NÃO lhe valoriza, enfim, uma série de temores, saiba que a ressonância vai ser atrair todas estas situações ou condições para você repetidamente.
Putz, mas se eu disse que NÃO quero! você deve estar pensando.
Ah, então eu vou pedir-lhe algo: NÃO pense em um carro vermelho, NÃO pense em um golfinho azul com asas brancas!
Eu sei que você já materializou todas estas imagens, apesar de que eu disse que NÃO...
Viu como a mente pode ser rápida e criativa = CRIA e ATIVA, ou seja cria e faz o registro ativo.
Você usou a imaginação = IMAGEM em AÇÃO.
Toda vez que você enfoca sua mente ou emoção em algo, produz mais desta determinada situação.
Se você quer desesperadamente sair das dívidas e pensa nisto o tempo inteiro é certo que terá mais do que deseja fugir.
Mude seu pensamento: ao invés de dizer quero sair das dívidas, diga quero ganhar mais dinheiro.
Você não tem que acreditar na Lei da Atração, mas sim aplicar em sua vida, algo como acender a TV e ver um filme sem tentar desmontar peça por peça para descobrir como a imagem chega até sua casa.  Você não tem que entender de eletricidade para acender uma lâmpada.
Apenas aplique! 
Dar e Receber:
Compartilhar com os outros é uma forma de alimentar o fluxo da abundância. Se eu ganho dinheiro compro algo útil de alguém e entrego-lhe o dinheiro com alegria. Ser sovina é acreditar que vai faltar no futuro.

Doar é ainda mais significativo, dar ao vento, como a palavra do ar.
Algumas palavras já são parte do Segredo! Comece a decifrar as mensagens contidas nelas.

Criar Positivo:
Você cria na mente e manifesta em sua vida! O que eu penso terei na minha mão.
Não ande pela vida no piloto automático, aceitando "como Deus manda", mas interfira de forma consciente e vantajosa nos acontecimentos.
Escolha a prosperidade como algo lógico, não como prêmio ao sacrifício.
Lembre-se que o limite sempre é sua mente, portanto se você deseja estar morando em sua casa própria de quinhentos mil reais até abril do ano que vem (estipule a data), não pense de onde viria este dinheiro, apenas deseje e acredite que virá de forma lícita, porque você merece e aceita este presente.  Recorde que a dúvida é limitadora.
Permita que os milagres aconteçam em sua vida várias vezes no presente, evitando sonhar para o futuro.
Todos os dias pense e sinta-se na situação que gostaria de estar.
Se deseja um emprego numa empresa, conheça-a,  e depois visualize-se chegando ao trabalho, cumprimentando a recepcionista e seus colegas.
Se deseja um salário muito maior, pegue seu contracheque, tire uma cópia e altere os valores com uma caneta para quanto gostaria de receber. E não duvide! E não racionalize!
Se quer uma casa, visualize-se cortando a grama, olhando pela janela, caminhando dentro dela com alegria e prazer.
 
A cada fim de ano escuto as pessoas dizendo: "Não quero começar o ano que vem com dívidas!" ... está incorreta a formulação do desejo, já que o certo seria dizer:  Em ... quero ter dinheiro sobrando todos os meses, ou: Em ... quero ter dinheiro para todas minhas necessidades e desejos de compra. 
 
Você está preparado (a) para dar e receber?
 
Fácil perceber como as pessoas ainda tem medo de abrir a mão para dar, e se a mão está fechada... assim estará para receber.  O medo de ficar sem o dinheiro que você pensa possuir ou ter, é o que bloqueia a entrada de valores maiores que não sabe como ou de onde virá. Quem pensa de forma limitada, viverá de forma semelhante. O dinheiro é energia circulante!
 
Leitura Recomendada:
 
O Segredo  da autora Rhonda Byrne